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Sandplay - Caixa de areia

A razão pela qual decidi colocar esta terapia separadamente do processo psicoterapêutico, deve-se ao facto de que muitas vezes existem pacientes que já se encontram nos seus processos terapêuticos e desejam fazer algumas sessões de caixa-de-areia como coadjuvante, nada se opõe, é uma terapia não-verbal, onde os elementos psíquicos do inconsciente se trabalham através das suas representações simbólicas. Nestes casos, é pedido que o paciente acorde isto previamente com o seu terapeuta, não devendo este material ser racionalizado ou intelectualizado pós sessão.

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​Segundo Jung, o símbolo é a linguagem da psique. A caixa oferece um espaço seguro e contido para processar e explorar, e a areia fornece um meio de conexão visceral e profundo. As miniaturas são os símbolos que comunicam múltiplas camadas de pensamentos e experiências conscientes e inconscientes. E o terapeuta é a testemunha que mantém o espaço protegido no qual este processo sagrado e muitas vezes numinoso pode ocorrer.

A linguagem da Psique

É o “mundo interior” – a psique – do cliente que escolhe as figuras e as coloca na areia. Desta forma, as nossas partes menos conscientes tornam-se visíveis e são partilhadas num espaço seguro. Isso inclui os nossos conflitos, soluções e potenciais. Estas mudanças que ocorrem na caixa tornam-se mais tarde parte da personalidade consciente. O terapeuta torna segura a exploração do espaço interior, ao compreender respeitosamente o processo, permitindo que o paciente evoque para o concreto as dinâmicas profundas e se encontre através do simbólico.

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A profundidade do trabalho realizado seria demasiado perigosa para qualquer um realizar sozinho. A presença do terapeuta ancora o trabalho na realidade, sem riscos de ir a lugares sem retorno. É a própria imagem psíquica que inicia e efetua a mudança humana. Não é de forma alguma um processo cognitivo. Jung viu claramente que somente evocando e retendo as imagens espontâneas que surgem intrapsíquicamente, é que o ser humano passa pela transformação psicológica. Isto é o que acontece na caixa de areia, o método abre intencionalmente um espaço para que essas imagens se manifestem, e não falamos sobre elas, mas permitimos que trabalhem de forma autónoma na psique. A capacidade do terapeuta de compreender as imagens e de permanecer conectado à experiência sentida pelo paciente no processo fortalece o trabalho e reordena questões muito profundas de lugares onde as palavras não conseguem chegar. O terapeuta deve ter uma vasta compreensão dos processos de mudança psíquica, mitos, símbolos e contos de fadas, pois são estas algumas das formas da linguagem da Alma. Símbolos e mitos são a linguagem natural do funcionamento mental pré-consciente e o domínio nativo quando se brinca.

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Dr. António Venâncio

Psicólogo Clínico

Av. da República 34, 1000-290, Lisboa.

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